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MONTE AGHÁ: ENTRE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

Por Cristiano Bodart, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piúma (IHGP).

 

O Monte Aghá é parte de narrativas históricas que remontam aos primeiros anos do século XIX. Muitos viajantes que deixaram relatos de suas passagens por Piúma fizeram menção do Monte Aghá. A história de Piúma está diretamente associada ao monte, assim como a sua geografia. É justamente próximo dali que temos notícias dos primeiros habitantes, no vale do Orobó. É esse monte que limita o município com Itapemirim.

 

Quanto a sua localização, a partir dos registros oficiais do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE), nota-se que o monte Aghá pertence tanto ao município de Piúma, quanto ao de Itapemirim, estando a divisão territorial imaginária sobre o meio do monte. Porém, é inegável que a história que envolve o Monte Aghá é, por completa, pertencente a Piúma, assim como a sua beleza cênica piramidal.O seu nome “Aghá” é atribuída a origem indígena, designando, em tupi, “lugar de ver deus”. Outra possibilidade está no termo árabe “Aghá”, que significa “senhor, homem poderoso”. Na Arménia Ocidental o termo Aghá designava, no século XVII, os chefes militares. Aghá em turco significa “coronel” ou comandante. O termo era muito conhecido e utilizado pelos europeus, sobretudo pelo franceses, os quais podem ter dado ao monte esse nome para fazer menção a sua presença marcante.

 

No ano de 1984 o monte passou a ser alvo de atividades extrativista, pela implantação de uma pedreira. Nessa época manifestações contrárias da população levou o monte a ser tombado pela Conselho Estadual de Cultura como patrimônio natural capixaba em 09 de dezembro de1985 (veja a resolução aqui).Com seu formato e seus mais de 300 metros de altura, o Monte Aghá sempre chamou atenção dos que por Piúma passaram, assim como dos que por aqui ficaram.

 

Tirar fotografias desse monte é prática obrigatória para o turista, embora seja muito comum os piumenses amantes dessa terra estarem dentre os fotógrafos.O monte que tem aparência de um vulcão ou pirâmide é cartão postal de Piúma desde o início do século XX. Os empresários José Gonçalves da Costa Beiriz e Antonio José Duarte elaboraram o primeiro cartão postal de Piúma, o qual foi enviado ao palácio do Governo do Espírito Santo. Não sabemos ao certo se o monte Aghá teria sido a paisagem exposta no cartão, mas é certo que em 1930, por meio da Revista Capixaba, o Monte Aghá foi destaque dentre as belezas naturais do estado. Naquela edição, ao tratar das praias capixabas, a revista estampou o nosso belo monte como marketing turístico.

 

 

Não é só sua aparência de pirâmide que encanta. No monte encontra-se diversas bromélias, a orquídea azul “Smirgia Aghaense” e a branca “Brassavola”. No local existem ainda outras espécie de orquídea, essa amarela. Outro encanto do monte está na paisagem que esse propicia ao aventureiro que chaga ao seu topo. A subida pelo lado piumense é íngreme e, portanto, perigoso. Pelo lado do município de Itapemirim é possível subir por meio de uma trilha com mais segurança, ainda que não exista nenhum tipo de apoio ao turista, tais como guia, a subida é prática constante entre visitantes e moradores. Do topo é possível observar todo o município de Piúma, de Iconha, de Itapemirim, parte de Rio Novo do Sul, e de Anchieta, além de poder observar as extensões de praias e outros montes, tais como o Frade e a Freira e o Monte Urubu.

Fonte da Imagem: Revista Capixaba, 1930.

Fonte da Imagem: Cristiano Bodart, 2014.

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