top of page

História

O IHGP tem por objetivo resgatar a História de Piúma, partindo de um resgate de seus primórdios, ainda como aldeia, até chegarmos aos dias atuais. 

Histórico

As terras hoje compreendidas pelo atual município de Piúma eram ocupadas pelos índios Purís. Os primeiros colonizadores da região fundaram, no local em que está localizada a sede municipal, o povoado de Piúma, de onde partiram para a conquista e desbravamento das terras férteis da hinterlândia, tendo estabelecido, em meados do século XIX, a povoação de Iconha, que passou a constituir o principal centro comercial da região.

Em face da lei provincial nº 14, de 04-05-1883, o povoado de Piúma foi elevado à sede de distrito, com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Piúma. Em 1891, foi criado o município de Piúma, com território desmembrado de Anchieta. O topônimo é derivado do vocábulo tupi ?Piúma?, com território desmembrado de Anchieta. O topônimo é derivado do vocábulo tupi ? Piúma? uma ?Pele Negra?.

Em 1904, a sede municipal foi transferida para a Vila de Iconha e, em 1924, por força da lei nº 1428, de 03 de julho, o município passou a chamar-se Iconha.

Pela mesma lei, Piúma passou a distrito.

A lei nº 1908, de 24-12-1963, criou o atual município de Piúma, com território desmembrado de Iconha. A instalação se deu a 06-07-1964.

Gentílico: piumense

 

Formação Administrativa

Freguesia criada com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Piúma, pela lei provincial nº 14, de 04-05-1883, subordinado ao município de Benevente.

Elevado à categoria de Vila com a denominação de Piúma, pelo decreto estadual de 02-01-1891, desmembrado de Benevente. Sede na povoação de Piúma. Constituído de 2 distritos: Piúma e Iconha. Instalado em 19-01-1891.

Pelo decreto estadual nº 81, de 18-11-1904, transfere a sede da povoação de Piúma para a de Iconha.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído 2 distritos: Piúma e Iconha.

Pela lei estadual nº 1428, de 03-07-1924, o município de Piúma passou a denominar-se Iconha.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Piúma figura no município de Iconha.

Assim permanecendo divisão territorial datada de 01-07-1960, o distrito de Piúma permanece no município de Iconha.

Elevado novamente à categoria de município com a denominação de Piúma, pela lei estadual nº 1908, de 24-12-1963, desmembrado de Iconha. Sede no antigo distrito de Piúma. Constituído de 2 distritos: Piúma e Aghá. Instalado em 06-07-1964.

Em divisão territorial datada de 01-01-1979, o município é constituído de 2 distritos: Piúma e Aghá.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

 

Ateração toponímica municipal

Piúma para Iconha alterado, pela lei estadual nº 1428, de 03-07-1924. Iconha para Piúma alterado, pela lei estadual nº 1908, de 24-12-1963.

 

Alteração toponímica distrital

Nossa Senhora da Conceição de Piúma para Piúma alterado, pela lei provincial nº 14, de 04-05-1883.

 

 

Fonte: IBGE

Thomas Dutton Jr. e seu sonho de criar em Piúma uma Colônia Inglesa

Por Cristiano das Neves Bodart

 

A Cidade das Conchas, Piúma, já foi conhecida como “Londres em Miniatura”. Tal fato, ocorrido no final do século XIX, trás em destaque um personagem: Thomaz Dutton Jr.

 

Thomaz Dutton Jr., de origem inglesa, protestante, foi um engenheiro bem sucedido no Brasil monárquico, mas terminou seus dias falido devido as transformações na política nacional.

 

Thomaz Dutton Jr. sendo muito próximo da elite monárquica brasileira, firmou muitos contratos com o governo e com Barões. Em 1865 sua empresa “Dutton&Chandler”, foi contratada para a construção de uma ponte de ferro sobre o Rio Paraíba do Sul, em Campos de Goytacazes. Ainda nessa cidade, fundou a empresa Campos Gás-Company que prestou, em 1872, o serviço de iluminação a gás. Nesse mesmo período obteve concessão para criar uma estrada de ferro que ligaria Vitória/ES a Natividade/MG.

 

Thomaz Dutton Jr. escolheu Piúma para colocar em prática um sonho: criar uma Colônia Inglesa no Brasil. Dutton Jr. investiu aqui seus esforços empresariais. Comprou, em 1871, da empresa Rodocanack & Cia, o porto de Piúma, seu estabelecimento comercial, maquinários de serraria, e o moinho de cal, além da fazenda “Monte Belo”, localizada no interior de Piúma (hoje Iconha), onde fixou residência e tentou criar condições para o povoamento, dando lhe o nome de “Manchester”.

No ano de 1872 Dutton Jr. conquistou a concessão por dois anos (depois prorrogado por mais dois) para explorar ferro e outros materiais nas margens do Rio Piúma. Fundou aqui a “Companhia Industria e Navegação do Piuma”, fechando contrato com o governo, em 1875, para explorar a navegação de passageiros no porto de Piúma. Recebeu concessão para construir uma estrada de ferro ligando Piúma a Cachoeiro de Itapemirim. Em 1877 solicitou permissão para construir mais um armazém, agora na “ilha de fora” (atual Ilha dos Cabritos).

 

Investindo no povoado, construiu uma escola, iluminou, em 1889, as ruas de Piúma com luz a gás acetileno; fato exclusivo nas colônias capixabas. Durante a noite, a cidade se destacava com suas luzes, trazendo à memória dos ingleses que aqui chegavam a cidade de Londres. Pelo desenvolvimento considerável do porto e do povoado, Piúma passou a ser apelidada de “Londres em Miniatura”. Foi nessa época de Thomas Dutton Jr. atraiu para Piúma alguns ingleses, dentre eles Henrique Thompson, Jayme Wacks, Francisco Pacca, Thomaz Oenes, John Ombre, Henrique Johnson, Ernesto Oza, e Jorge Percival Burck. Em 1885 o velho Dutton acreditando no seus planos para Piúma, se naturalizou cidadão brasileiro.

 

Com o fim da monarquia, Thomas Dutton Jr. foi a falência, isso por ter perdido todas as concessões que obteve, contraindo dívidas que o levou à ruína. Suas propriedades, a partir de 1890, foram hipotecadas pelo “Banco  Hypothecario do Brazil” e compradas por José Gonçalves Beiriz.  

 

Thomas Dutton Jr. morreu, em 04 de dezembro de 1906, muito pobre, sendo enterrado com ele o seu sonho de consolidar uma Colônia Inglesa em Piúma. Restou muitos anos depois homenageá-lo, nomeando a primeira praça municipal de Piúma com seu nome. 

 

 

 

 

Texto originalmente publicado na revista Litorânea, Ed. 04, jan. p.3. 2015.

Galeria de fotos do antigo Trapiche:

bottom of page