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O Bloco do Mé

 

Por Cristiano Bodart, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piúma/IHGP.

 

 

Ao tratar de manifestações culturais piumenses é impossível não fazer menção ao Bloco do Mé, grupo que faz parte da tradição local.

 

O bloco carnavalesco denominado “Bloco do Mé” teve origem no ano de 1972, dentre um grupo de sete amigos que se reuniam no Bar do Beijo. Eram eles: Luiz Claudio Abrahão, Miguel, Luiz Jaconiele, Zacarias, Elvira Gomes e Alaíde Gomes.

 

Angélica Gomes lançou aos amigos a ideia de criar um bloco de rua, a qual foi prontamente acolhida pelos demais.

 

O nome “Bloco do Mé” se deu por influência do comediante midiático Mussum, do grupo “Os trapalhões”, que usava o termo “mé” para se referir a cachaça. O uso das cores vermelho e branco foi sugestão de Elvira Gomes. Após a idealização, os sete amigos no carnaval daquele ano saíram na rua numa folia embalada por um violão e panelas algumas panelas que eram batidas uma na outra, produzindo um ritmo ainda longe do que seria um bloco carnavalesco.

 

Em 1973 a ideia torna-se prática após o apoio de várias outras pessoas que fundaram o Bloco, tais como Luiz Claudio Abrahão, Miguel, Luiz Jaconiele, Zacarias, Elvira Gomes, Alaíde Gomes, Sebastião Miguel da Costa Citty, Luiz Jaconele, Zacarias, Neves Coelho, Nabel Coelho, Carlos, Antônio Carlos, João Miranda, Aloisio, Luiz Coelho, Dalmir e Alaíde Gomes.

 

 

Nesse mesmo ano, Joerval fez um empréstimo ao grupo viabilizando a compra dos primeiros instrumentos, os quais foram um tambor médio, um tambor grande, uma caixa e um reco-reco. Os primeiros instrumentistas do bloco foram Nabel Coelho, Luiz Claudio Abrahão e Jones Caldeira.

 

Os primeiros “puxadores” do bloco foram “Jóia” e “Tanibe”. Esses cantaram no “gogó” por cerca de dois anos, quando, em 1975, o grupo adquiriu dois meca-fones emprestados por Joerval. Dois anos depois, no ano de 1977, o Bloco do Mé comprou um alto-falante, desses utilizados ainda hoje em algumas nas igrejas católicas.

 

Como todo o bloco, o Bloco do Mé em pouco tempo teve sua porta bandeira: Alaíde Gomes.

 

Até 1988 o Bloco do Mé saia as ruas com um barril de cachaça sobre duas rodas de bicicleta. Neves Coelho e Betto C.B. deram existência a vaquinha tão famosa hoje. Nabel, idealizador da vaca e Betto C.B, no apoio técnico, produziram a primeira vaca do carnaval de Piúma, esta feita a partir de um barril coberto com fibra de vidro.

 

Como toda a vaca, a vaca do Bloco do Mé também dá “leite”, porém um “leite” diferente: a cachaça. A bebida que sai do “peito” da vaca é oferecimento dos comerciantes locais que apoiam todos os anos essa manifestação cultural.

 

 

 

O Bloco do Mé teve, ao longo de sua história, três presidentes. O primeiro foi Neves Coelho, que ficou por cerca de 28 anos na direção do grupo. Em 2007 assumiu Dalmir, ficando na função por alguns poucos anos. Por volta de 2011 assumiu Adevaldo, conhecido no grupo como “Bizorão”. Em 2014 assumiu Luiz Coelho como presidente.

 

O bloco do Mé é anualmente subsidiado pela Prefeitura Municipal de Piúma, mas conta também com o apoio de empresários locais. Se o trabalho voluntário de seus membros o carnaval de Piúma não seria o mesmo. Atualmente o grupo é composto por cerca de 45 membros, os quais atraem todos os anos uma multidão às ruas.

 

 

 

*Texto produzido a partir de entrevista a dois fundadores do Bloco do Mé: Neves Coelho e Luiz Claudio Abrahão

 

 

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